Já fomos selvagens, morávamos em árvores. Um dia, um primata ancestral desceu da sua árvore e resolveu abrigar-se em uma caverna. Então passamos a morar em cavernas porque era muito mais confortável que pendurados em galhos. Mas alguns de nossos hábitos tiveram de mudar, afinal, não precisávamos mais lidar com os incômodos de nosso antigo habitat e tínhamos um pouco mais de conforto. Foi conveniente aprimorarmos nossos hábitos e nos adaptarmos ao luxo de nossas novas instalações. Ao nos libertarmos de nossos hábitos mais simiescos, pudemos evoluir. E a nossa evolução sempre esteve ligada à excêntrica idéia de criar coisas novas e mudar o mundo. Começamos a pintar as paredes das cavernas, pois elas já estavam muito monótonas. Assim, de passo em passo - cada vez mais ereto, cada vez mais sapiens - nos tornamos civilizados.
Um belo dia percebemos que poderíamos construir cavernas bem melhores do que aquelas em que morávamos, e construímos: torres, pirâmides, pontes, canais, prédios, palácios, catedrais, etc...
O homem está sempre criando coisas novas, abandonando as velhas e às vezes destruindo-as por considerá-las não somente obsoletas, mas também um empecilho. Talvez a evolução do homem esteja diretamente relacionada com essa insatisfação constante, essa necessidade de auto-afirmação, os desejos e sonhos impossíveis. A razão sucumbiu diante da vontade do homem e percebemos que os motivos que deram início à busca pela evolução se perderam em algum lugar do caminho. As coisas boas que criamos estão se perdendo com a mesma velocidade com que destruímos as cavernas, florestas, rios, mares e o ar. Ao observar as barbaridades que os homens tem feito me pergunto: Estaríamos voltando às origens?
Construímos coisas cada vez maiores e melhores e fomos desconstruindo (ou destruindo como gafanhotos), as medíocres coisas que haviam em seu lugar. E assim aconteceu com uma infinidade de coisas que criamos: máquinas, veículos, armas e produtos de toda natureza e para todas as aplicações. Inúmeros produtos vieram e também foram substituídos.
Com a mesma habilidade com que criamos coisas, criamos também valores, padrões de comportamento, deuses, ídolos, o certo e o errado, o bom e o mau. Criamos conceitos e preconceitos, criamos a ética, a moral, a arte e a guerra. Criamos coisas boas e coisas ruins.O homem está sempre criando coisas novas, abandonando as velhas e às vezes destruindo-as por considerá-las não somente obsoletas, mas também um empecilho. Talvez a evolução do homem esteja diretamente relacionada com essa insatisfação constante, essa necessidade de auto-afirmação, os desejos e sonhos impossíveis. A razão sucumbiu diante da vontade do homem e percebemos que os motivos que deram início à busca pela evolução se perderam em algum lugar do caminho. As coisas boas que criamos estão se perdendo com a mesma velocidade com que destruímos as cavernas, florestas, rios, mares e o ar. Ao observar as barbaridades que os homens tem feito me pergunto: Estaríamos voltando às origens?
Se estamos regredindo ao estado inicial, é notável que agora somos selvagens aprimorados. Uns mais, outros menos, mas obviamente sem a inocência imaculada daqueles macaquinhos de olhar melancólico que vemos quando olhamos para trás...
Nenhum comentário:
Postar um comentário