As eleições nos Estados Unidos estão, mais uma vez, sendo acompanhadas de perto pelo povo brasileiro. O processo complicado e terrivelmente lento mexe com os nossos nervos. Afinal, por aqui temos urnas eletrônicas e os resultados saem em questão de poucas horas depois do fim da votação. Mas por lá as coisas são bem diferentes.
Eu também não sou especialista no processo eleitoral dos EUA mas entendo que eles tem eleições indiretas e por isso os colégios eleitorais fazem a diferença e nem sempre o voto da maioria da população significa a escolha final. Cada Estado tem um número específico de delegados que é determinado pelo tamanho da população. E cada Estado pode ter suas regras próprias para conduzir o processo. A população escolhe os delegados e são estes quem fazem a escolha no final das contas.
O colégio eleitoral tem 538 delegados e para vencer a eleição o candidato precisa do voto de no mínimo 270 delegados. Geralmente, quando um candidato ganha a votação no Estado ele leva todos os delegados, mesmo aqueles que não tenham votado nele (exceto Maine e Nebraska que mantém a proporção para cada candidato).
Lá pode-se votar pelo correio e esses votos demoram muito a ser contabilizados. Nessa eleição são exatamente esses votos que farão a diferença. Agora, enquanto eu escrevo esse texto o candidato Joe Biden está com 264 votos contra 214 de Donald Trump (resultado não oficial, mas provavelmente correto).
Tudo pode acontecer e o resultado pode virar, mas se Joe Biden vencer no final das contas, como muitos analistas tem apostado, vamos assistir a derrota não apenas de Trump mas de tudo o que ele representa: ódio, preconceito, racismo, intolerância, ignorância, extremismo, arrogância, agressividade e muros. Para fazer a América grande de novo ele fez a aposta errada e o que vemos hoje é um país dividido e com muitos problemas.
Essa polarização que ele alimentou pode ser um problema para a grande América. Independente do resultado da eleição o país virou um barril de pólvora. Se Trump perder não vai aceitar a derrota (vimos por aqui o que acontece quando o perdedor não aceita a derrota nas urnas). Se Biden perder, a maioria da população vai sentir mais uma vez que o processo eleitoral precisa ser reformulado pois não é assim tão democrático.
Para nós brasileiros (com algum bom senso) a derrota de Trump tem ainda um gostinho mais especial. O seu cabo eleitoral tupiniquim e atual presidente do país vai sentir muito a derrota do ídolo. E isso já vale a pena.
Vamos ver em breve o resultado dessa história. Por enquanto fica a torcida pela derrota do Trump e que ela seja capaz de enfraquecer o neofascismo que espreita o nosso Brasil.
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